Como entidade gestora do Centro Social das Lameiras e do Edifício das Lameiras, integrados no perímetro do Parque, esta Instituição participou, desde a primeira hora, no Consórcio liderado pela Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, que acompanhou e participou em todo o processo de reabilitação do Parque.

São 23 mil hectares de terrenos recuperados, onde antes só havia lixos, um rio poluído e alguns edifícios abandona- dos, hoje encontramos um local aprazível, banhado pelo Rio Pelhe, que deu origem a um lago artificial e uma série de infra-estruturas culturais e ambientais.

Um parque de boas e más memórias
Um parque que deve ser preservado e tratado com ca- rinho. Ao ser visitado, depois das obras de requalificação muitos dos moradores das Lameiras, lembram-se ainda, enquanto crianças e jovens de em 1983/84, há 29 anos, irem para o Rio Pelhe banhar-se e divertirem-se nas suas águas, enquanto os pais iam com garrafões encherem água numa fonte do parque, agora também recuperada. Depois foi o que se viu, a decadência total, com o saneamento e esgotos fabris a descarregarem os seus poluentes para este curso de água, matando toda a fauna e flora que o mesmo possuía e obrigando todos os amantes do rio a abandonar o local para não correrem riscos de ficarem afetados por doenças contagiosas. Vale a pena recordar estes momentos, porque muita gente já estava esquecida e foi necessária muita coragem política para deitar mãos à obra e requalificar toda a zona envolvente. Parabéns Senhor Presidente da Câmara por não ter esquecido uma promessa eleitoral e apostar na qua- lidade de vida do povo do concelho de Vila Nova de Famalicão.

História do Parque da Devesa em exposição
Uma exposição assinala a vida deste parque situado numa zona nobre da cidade, na freguesia de Antas, este “pedaço” de terra serviu já várias gerações de famalicenses, tanto como espaço de exploração agrícola como habitat natural protegido. A Casa do Território, um equipamento cultural inovador inserido no Parque da Devesa dá, aliás, o mote para esta primeira exposição intitulada “Devesa: Percursos” aberta ao público no mesmo dia da inauguração do Parque e ficará patente até Setembro de 2013, iniciando depois uma itinerância pelo país. Promovida pela Câmara Municipal, a exposição é fruto de um trabalho de investigação exaustivo coordenado por Emília Nóvoa, técnica do Arquivo Municipal Alberto Sampaio e que envolveu a colaboração de diversas instituições nacionais, assim como, fundos documentais de várias famílias. De acordo com Emília Nóvoa, “vários são os olhares que se cruzam no Parque da Devesa da cidade de Vila Nova de Famalicão. Perscrutar os ‘cenários’ visíveis diante dos nossos olhos e aqueles que se “reconstroem” a partir do imaginário com o recurso às fontes históricas e a imagens do passado, é o que propomos ao visitante no percurso expositivo organizado em torno de quatro áreas temáticas: Devesa Re- generação Urbana, Devesa Natural, Devesa Rural e Devesa Antiqua e Património.” “Da convergência dos “olhares do presente e do passado” se faz, assim, o Parque da Devesa de Vila Nova de Famalicão”, acrescenta Emília Nóvoa.

Uma obra que causou alguns dissabores.
Com a regeneração urbana, financiada pelo CREN, atra- vés do programa Novo Norte, ON2 foi possível requalificar uma importante área da cidade. Apesar dos transtornos que as obras provocaram aos residentes das Lameiras, estamos convencidos que o futuro demonstrará a grandeza deste parque que não é de ninguém individualmente mas de todos os cidadãos.